Author: Albert Camus


Albert Camus escreveu uma obra articulada em torno do absurdo e da revolta. “Camus dizia que o Ășnico papel verdadeiro do homem, nascido num mundo absurdo, Ă© ter consciĂȘncia da sua vida, da sua revolta, da sua liberdade.” – Faulkner.

“Oh, minha alma, não aspire à vida imortal, mas esgote o campo do possível.”

PĂ­ndaro, 3ÂȘ PĂ­tica


O Absurdo e o SuicĂ­dio

  • SĂł existe um problema filosĂłfico realmente sĂ©rio: o suicĂ­dio.
  • SĂł o equilĂ­brio entre a evidĂȘncia e o lirismo nos permite cair ao mesmo tempo na emoção e na clareza.

  • Matar-se, em certo sentido, Ă© como no melodrama, Ă© confessar. Confessar que fomos superados pela vida ou que nĂŁo a entendemos.

  • Viver, naturalmente, nunca Ă© fĂĄcil. Continuamos fazendo os gestos que a existĂȘncia impĂ”e por muitos motivos, o primeiro dos quais Ă© o costume. Morrer por fĂ© verdadeira prĂłpria supĂ”e que se reconheceu, mesmo instintivamente, o carĂĄter ridĂ­culo desse costume, a ausĂȘncia de qualquer motivo profundo para viver, o carĂĄter insensato da repetição cotidiana e a inutilidade do sofrimento.

  • Num universo repentinamente privado de ilusĂŁo e de luz, o homem se sente um estranho. É um exĂ­lio sem solução, porque estĂĄ privado das lembranças de uma pĂĄtria perdida ou da esperança de uma terra prometida. Esse divĂłrcio entre o homem e sua vida, o ator e seu cenĂĄrio, Ă© propriamente o sentimento do Absurdo.