Autor: JĂșlia Lopes de Almeida
âFrancisco Teodoro estremeceu, as pernas vergaram-se-lhe, olhou pasmado para o grande cĂ©u tranquilo, onde as estrelas palpitavam. Compreendeu; Ruth nĂŁo quisera perturbar a tristeza da famĂlia e fugira com a sua mĂșsica para fora! Aquela era uma forte, amava o seu ideal mais do que tudo, mais do que a vida! Que reservaria Deus Ă quela alma de ĂȘxtase e de sonho? A essĂȘncia da lĂĄgrima purificava-se no som, com um poder de infinita pacificaçãoâ
(..)Sentia-se predestinada a ser na vida uma espectadora da ventura alheia.
o moço seguiu tambĂ©m o seu caminho, enfraquecido, todo embebido no aroma dela todo deslumbrado por aquele ar de deusa inatingĂvel.
â Como se chamam os seus deuses? â CamĂ”es, Dante, Shakespeare⊠Nunca adormeço sem ter lido algum poeta, e de alguns recito mentalmente versos divinos. E a razĂŁo por que me explico ter tĂŁo belos sonhos, visto que este feio homem que aqui esta, excelentĂssima, tem sonhos que perfumariam a existĂȘncia da mais formosa das mulheres. Ontem li Dante. Estive no inferno, D. Joana, e que inferno belĂssimo!